A importância da análise do jogo


Análise de jogo no futsal
“nem tudo que é contado conta, como também nem tudo que conta é contado”

O sucesso no futsal se caracteriza pela mensuração dos resultados, que são produtos de um bom desempenho em quadra. Para os atletas atingirem grandes performance são necessários um conjunto de princípios bem desenvolvidos nos treinamentos. Os mesmos advindos da vertente física, técnica, tática e psicológica. Nesse âmbito quanto maior for a capacidade de antecipação de acontecimento melhores serão as perspectivas de sucesso (SILVA, 2006).

O futsal assim como o futebol se caracteriza por ser um jogo de opiniões, e muitos técnicos baseiam-se suas estratégias e suas decisões nas suas próprias idéias, por isso existe a AJ, para separar opiniões pessoais de fatos relevantes (HUGHES, 2005).

Tem-se no sistema de Analise de Jogo (AJ) um método de observação e registro de fatos relevantes do mesmo, fazendo que o processo de analise tenha fidedignidade e validade. O treinador e/ou analista desenvolve um ambiente condutivo de informação, propiciando um desenvolvimento de aprendizagem através duma qualidade de feedback que os atletas recebem diariamente. Esses dados devem ser objetivos, pontuais e de fácil compreensão, leitura e interpretação.

O treinador e/ou analista tem a responsabilidade de desenvolver o processo de AJ. Sendo o mesmo constituído pela observação de ações de jogo; armazenamento das observações; tratamento das observações; avaliação/valoração; análise e interpretação e no feedback aos atletas (como mostra o diagrama abaixo).

Diagrama das etapas do processo de analise de jogo:





De acordo com esse processo se torna possível sintetizar e entender o desempenho individual e coletivo da equipe, bem como e mais importante, preparar a mesma para a próxima partida.

As AJ pode se subdividir em qualitativas e quantitativas e diretas e indiretas. As qualitativas caracterizam-se em medição de performance expressa em números e qualificada por parâmetros estipulados pelo analista, exemplo: qualificar a zona ou período de tempo de ocorrência de fatos. Também pode ser expressada em imagens e fotos, exemplo: fotos digitais de jogadas, vídeo análise de adversário. Já na análise quantitativa consideram-se apenas as medições de performance expressadas em números, com ou sem tratamento estatístico. A forma direta de análise é realizada on-line, ou seja, presença do analista no local da coleta, exemplo: scouting de jogo. Já na forma indireta utilizam-se vídeos ou outros métodos que não sejam na hora do jogo.

Baseado no que foi coletado, armazenado, tratado, sintetizado, e em sistemas especiais de informação digital, aproveitamos essa síntese de resultados para aplicação no treinamento diário. Essas informações tornam-se variáveis de aprendizagem para os atletas e treinadores, bem como parâmetros de performance estabelecidos pela própria síntese de jogo.
Garcia (2000) defende que a melhoria do rendimento está em grande parte determinada pela qualidade do feedback oferecido aos jogadores depois de cada partida. O treinador em mãos dos dados leva aos atletas aquilo que for fundamental para o sucesso de suas ações, sempre de acordo com o seu modelo de jogo.
O atleta processa e aproveita aquilo que vai melhorar o seu desempenho, sempre levando em consideração que o mesmo somente aproveita aquilo que ele acha benéfico para si. Portanto, o analista e/ou treinador deve acreditar e vender sua análise com convicção e certeza do seu modelo de jogo a fim de convencimento dos atletas por ele dirigido.
Um simples, mais muito eficiente modelo de scout manual e Leitura de Jogo, vocês encontram no site " Pedagogia do futsal" do Prof. Wilton Santana.

Postaremos relatos de jogos dos times do interior do estado de São Paulo que disputam campeonatos oficiais e que tivermos a oportunidade de analisarmos, pois como são poucas as equipes do interior que disputam esses tipos de competições fica um pouco restrito esses tipos de analises, utilizaremos as transmissões de TV, a TV futsal do site da FPFS e os jogos que tivermos a oportunidade de assistirmos ao vivo aqui no interior.

RELATÓRIO DE JOGO


S.E.RCG/Garça X São Caetano/Corinthians/Unip


Placares parciais:
1º tempo: RCG Garça 0 x 2 Corinthians
2º tempo: RCG Garça 1 x 1 Corinthians

EQUIPE (em negrito, os jogadores que iniciaram o jogo)




19- Paulo Vitor

5- Edgard

12 Guilherme 13- Paulinho

14- Augustinho

10-Renatinho
03-Luciano
11-Beto
09-Fabinho
15- Caio
02-Leandro
08- Betinho
20-Kris

ARBITRAGEM

CATEGORIA: PRINCIPAL

ÁRBITRO: NILSON CARLOS R.NASCIMENTO

AUXILIAR: WLAMIR NEY MACHADO

CRONOMETRISTA: MARCO ANTONIO DA SILVA

ANOTADOR: AIRTON DE VASCONCELLOS




O JOGO

O jogo começou bastante equilibrado, as duas equipes marcando pressão, e não dando espaços para o adversário armar suas jogadas, principalmente para os jogadores “SIMI” e “Chico Paulista”, os dois mais habilidosos e perigosos da equipe corinthiana.

Devido à forte marcação da equipe de Garça o técnico adversário pediu tempo e tentou arrumar seu time para que envolvesse a equipe de garça e criasse ações ofensivas. O tempo pedido surtiu efeito e com uma movimentação constante, criou boas chances, principalmente com boas tabelas.

A equipe de garça não conseguiu manter a forte marcação e logo a equipe adversária igualou o jogo.

O goleiro Paulo Vitor foi bastante acionado, realizando excelentes defesas e sendo o desafogo da equipe de graça quando pressionada, o que fez o goleiro exagerar nas tentativas de transferência direta da bola para o ataque, como em chutes para o gol na tentativa de algum desvio por parte de seus atacantes, onde em uma dessas tentativas de finalização, sua bola rebate no adversário (Paulinho Japonês) e volta para a sua quadra de defesa no pé do Ala SIMI que sai cara a cara e não perdoa, abrindo o placar a favor da equipe corinthiana.

A equipe de Garça foi mais efetiva no ataque, conseguindo realizar boas jogadas, e neutralizar as jogadas adversárias, mas foi muito mal nos chutes a gol, o técnico Tuca na tentativa de igualar o placar colocou um Pivô de referência (03-Luciano), com a posse de bola ele conseguiu realizar boas jogadas, mas com dificuldades na marcação de retorno deixou a desejar, e quando tentava ajudar na marcação cometeu 2 faltas além de ceder contra-ataques perigoso ao adversário e com isso foi substituído.

Como a opção do time de Garça foi marcar pressão e não dar espaços ao adversário, na metade do 1º tempo a equipe estourou em faltas e teve que recuar sua marcação para a meia quadra e como consequência sofreu o segundo gol, em um belíssimo chute de fora da área de Chico Paulista, ampliando o placar para 2x0.

Logo em seguida foi à vez do técnico Tuca parar a partida e tentar arrumar sua equipe para diminuir o placar, mas o tempo pedido não surtiu efeito e o 1º tempo acabou 2 x 0 conta a equipe de Garça.

No segundo tempo, RCG GARÇA voltou com uma melhor organização, tanto na defesa, quanto no ataque, tendo duas chances claras de gol nos primeiros minutos do segundo tempo.

RCG GARÇA voltou marcando meia quadra e individualmente com pressão no homem da bola, acredito eu que este fato se deu devido a equipe estar em inicio de temporada e a marcação pressão ser muito desgastante. Até a metade do segundo tempo o jogo continuava como a etapa anterior, assim que o jogo foi chegando ao final, restando 7 min. o técnico Tuca colocou o goleiro Kris (20) que tinha como característica o chute forte a gol, a alteração não teve sucesso e na busca do gol ele resolveu colocar o Ala Augustinho (14) como goleiro linha para armar as jogadas, pois o mesmo era um ótimo passador, mesmo assim as suas tentativas não resultaram em gols e em um contra ataque rápido a equipe adversária coloca fim na expectativa de um empate e faz o terceiro gol restando 2.11 min. para o final da partida com Danilo.

Em sua ultima tentativa com o Goleiro Linha, o Técnico de Garça coloca Caio (15), e em uma troca de passes entre seus jogadores, surge um escanteio e faltando 36,21 seg. para o fim da partida, e em uma cobrança rápida, Renatinho (10) desconta para RCG Garça. E o Placar final é 3x1 para o adversário.

ANÁLISE DA EQUIPE

RCG GARÇA:

Defensivamente: Marcou na 1ª linha, com pressão no homem da bola durante boa parte da partida, quase sempre fazendo marcação Individual. Somente em determinados momentos, passou a marcar por zona, variando da meia pressão para a pressão na quadra inteira.

Escanteios: Marcou por zona.
Laterais Defensivos: marcou atrás da linha da bola.
Faltas: marcou atrás da linha da bola, por zona.


Ofensivamente:
variou entre os sistemas 3-1, 1-2-1 e 2-2. Com uma movimentação constante – apesar de, em alguns momentos ter sido pressionada pelo adversário – criou boas chances principalmente com tabelas pelo meio da quadra. Por conta da quadra de dimensões reduzidas utilizou bastante o goleiro Paulo Vitor como quinto jogador para o apoio ao ataque.
Utilizou, durante poucos minutos, o pivô Luciano como pivô de referência. Porém, a tática não deu certo e o time passou a jogar com pivôs de movimentação, sempre com revezamento.

No 5x4: Jogou a maior parte do jogo com o goleiro (Paulo Vitor) para troca de passes e chutes no gol,

Jogou 1:2: 2 com pequenas variações para 2:1:2, como Goleiro Linha utilizou um jogador de bom passe (14-Augustinho), um jogador Chutador ( 20-Kris) e um jogador de bom passe e finalizador ( 15- Caio)
Escanteios: Realizaram jogadas ensaiadas, resultou em gol a favor da equipe.
Laterais Ofensivos: Quando na quadra de defesa poucas vezes utilizou jogadas ensaiadas, já na quadra ofensiva, realizou algumas jogadas ensaiadas.
Faltas:
Executou algumas jogadas ensaiadas, mas todas anuladas pelo adversário.


OBSERVAÇÕES
  • Os sistemas de jogo (3-1, 1-2-1, 2-2 e com goleiro-linha) só são perceptíveis quando a bola está fora de jogo. Com a bola em jogo, a movimentação das duas equipes foi constante, criando situações de superioridade numérica em favor das duas equipes;
  • A arbitragem não teve muito trabalho na parte disciplinar. RCG GARÇA "estourou" o limite de faltas, cometendo cinco faltas no primeiro tempo e no segundo tempo. E recebeu 3 Cartões Amarelos, 1 no primeiro tempo e 2 no segundo tempo.