Jogos Pedagógicos – Estruturação do Espaço de Jogo


Um dos fatos muito recorrentes da iniciação dos Jogos Desportivos de oposição, luta direta pela bola e invasão de quadra (Bayer, 1994), como é o caso do Futsal, é a existência de uma estrutura jogada da modalidade, na qual prevalecem a centração da atenção na bola, pouco estímulo ao uso da visão periférica, pouca coletividade e presença de comunicação na ação baseada na utilização de estímulos vocais: “Eu, eu!!”, “Aqui, eu to ‘livre‘”, “Passa pra mim!”. Garganta (1995) descreve essa fase do jogo como a fase anárquica, ou seja, uma fase em que o jogo ainda não obedece à regras/conceitos de caráter coletivo, prevalecendo a utilização de recursos individuais, a busca incessante pela bola por todos os participantes e por sua vez um preenchimento pouco racional do espaço de jogo, como mostra o vídeo 1.


Video1. Exemplo de jogo com característica anárquica

Influência da ludicidade na aprendizagem esportiva – Metodologia das atividades jogadas

Qual é a melhor maneira de aprender algo? Ou melhor, como é que conseguimos aprender algumas coisas e outras não?

Esse processo pode ser compreendido a partir da motivação que o aluno/aprendiz possui no momento do ato pedagógico, influenciada por fatores como a atenção e a concentração na atividade a ser aprendida, que também estão envolvidas nesse processo. Mas, de maneira geral, um conceito pode ser capaz de conglomerar todas as capacidades que influenciam o processo de ensino-aprendizagem: o PRAZER em aprender.
O ser humano, acima de qualquer suspeita pode ser compreendido como um ser pensante, sonhador e planejador. Essa capacidade está atrelada à sua capacidade de ensaiar cognitivamente inúmeras situações cotidianas vivendo neste nível de consciência experiências que serão transferidas para sua vida através de suas atitudes. Esse planejamento consciente existe graças à habilidade humana de jogar consigo mesmo, “vivenciando” essas experiências antes mesmo de colocá-las em prática na vida real.
A essa capacidade chamamos ludicidade: a ascensão a essa capacidade humana torna o ato pedagógico mais prazeroso e significativo, tornando esse ato realmente capaz de educar. Trata-se, portanto, de um ciclo que se atingido pelo profissional e alunos envolvidos no ato educativo, torna esse momento criativo, estimulante e desafiador, ou seja, dotado de significado.
Mas como ascender à ludicidade em minhas aulas? Como estimulá-la? Eis o que deve estar sendo pensado por você nesse momento.